O Adalimumabe é um medicamento biológico amplamente utilizado no tratamento de doenças autoimunes, como artrite reumatoide, doença de Crohn, psoríase e outras condições inflamatórias graves.
Sua eficácia em controlar a inflamação e melhorar a qualidade de vida dos pacientes o tornou uma opção essencial em tratamentos de longo prazo.
Neste artigo, vamos detalhar para que serve, como obtê-lo pelo SUS ou plano de saúde, e quais são os seus direitos caso o fornecimento seja negado.
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O Adalimumabe é indicado para o tratamento de diversas doenças autoimunes.
Ele atua como um inibidor do fator de necrose tumoral alfa (TNF-α), uma substância que participa do processo inflamatório no organismo. As principais indicações incluem:
- Artrite reumatoide
- Doença de Crohn
- Psoríase
- Espondilite anquilosante
- Artrite psoriática
É possível obter pelo SUS?
Sim, é possível obter o Adalimumabe pelo SUS.
O Sistema Único de Saúde (SUS) é obrigado a fornecer medicamentos de alto custo para condições graves, como a artrite reumatoide e outras doenças inflamatórias crônicas que requerem tratamento contínuo.
Contudo, o processo pode ser longo e envolve a apresentação de uma série de documentos, incluindo relatórios médicos detalhados que comprovem a necessidade do medicamento.
É importante estar preparado para enfrentar etapas burocráticas e ter paciência durante a análise e liberação do tratamento.
Em alguns casos, o SUS pode demorar para fornecer o medicamento, mas os pacientes têm o direito de buscar auxílio jurídico se perceberem uma demora injustificada que comprometa a saúde.
É possível obter pelo plano de saúde?
Sim, os planos de saúde também são obrigados a cobrir o custo de medicamentos de alto custo, como o Adalimumabe, conforme estabelecido pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Entretanto, muitas operadoras podem inicialmente negar a cobertura sob a alegação de que o medicamento não faz parte do rol de procedimentos da ANS.
Por isso, é fundamental ter toda a documentação médica em mãos, incluindo laudos e prescrições que justifiquem a necessidade do tratamento.
É importante lembrar que os planos de saúde devem fornecer cobertura para doenças que fazem parte de seu contrato.
Caso o Adalimumabe seja recomendado pelo médico como parte essencial do tratamento, a recusa pode ser contestada judicialmente.
Os planos de saúde só devem cobrir o que está no rol da ANS?
O rol de procedimentos da ANS é exemplificativo, o que significa que, se um plano de saúde cobre uma determinada condição de saúde, deve também fornecer todos os medicamentos e tratamentos necessários para essa condição, mesmo que eles não estejam explicitamente listados no rol.
Como explica o Dr. Evilasio Tenorio, advogado especializado em Direito da Saúde e médico: “O rol da ANS não é taxativo, e sim exemplificativo. Se um paciente necessita de um medicamento ou tratamento que não está listado no rol, mas que é essencial para a sua condição de saúde e possui fundamentação médica adequada, o plano de saúde tem a obrigação de fornecer esse tratamento. A jurisprudência tem reconhecido a natureza exemplificativa do rol, garantindo que a cobertura vá além do que está listado, sempre que necessário para a saúde do paciente.”
Se houver prescrição off-label, posso conseguir o remédio?
A prescrição off-label ocorre quando um medicamento é indicado para uma condição não prevista na bula.
Para que o paciente consiga o Adalimumabe em situações off-label, é necessário que haja documentação científica que comprove a eficácia do tratamento e que não existam alternativas terapêuticas viáveis.
Se esses critérios forem atendidos, é possível obter o medicamento, inclusive judicialmente.
A negativa do fornecimento do medicamento pode ser considerada abusiva?
Sim, a negativa pode ser considerada abusiva, especialmente quando o Adalimumabe é prescrito com respaldo médico e considerado essencial para a saúde do paciente.
A recusa injustificada de um medicamento pode violar os direitos do consumidor e do paciente, o que pode levar à necessidade de recorrer ao judiciário para garantir o acesso.
O processo judicial demora?
Qualquer processo judicial no Brasil pode demorar, mas, em questões de saúde, a lei permite a concessão de uma liminar (tutela de urgência) para que o paciente não fique sem tratamento enquanto o processo segue seu curso.
Decisões judiciais rápidas têm sido comuns nesses casos, garantindo que o paciente tenha acesso ao medicamento de forma ágil.
Como fazer em caso de negativa?
Se houver recusa por parte do plano de saúde, o paciente deve recorrer ao judiciário.
Para isso, contar com um advogado especializado em Direito da Saúde pode ser fundamental.
Esse profissional poderá solicitar uma liminar, que, na maioria dos casos, é deferida rapidamente para proteger o direito do paciente.
Uma liminar demora muito?
Não.
As decisões liminares em casos de saúde são tratadas com prioridade e, muitas vezes, são concedidas em poucas horas ou dias, garantindo que o paciente não fique sem o tratamento necessário.
Conclusão
O Adalimumabe é um medicamento vital para muitas pessoas que enfrentam doenças autoimunes.
Estar bem informado sobre como obter o medicamento pelo SUS ou por meio do plano de saúde, além de conhecer os direitos legais e os recursos judiciais disponíveis, é fundamental para assegurar que o tratamento não seja interrompido.
Caso surjam dificuldades para obter o Adalimumabe, é fundamental buscar auxílio jurídico para garantir o tratamento necessário.
Fonte: JusBrasil