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O Vyndaqel (Tafamidis) é um medicamento essencial para o tratamento da amiloidose por transtirretina (ATTR-CM), uma condição rara que afeta o coração e os nervos periféricos.
Esse fármaco pode melhorar significativamente a qualidade de vida dos pacientes e retardar a progressão da doença. No entanto, seu alto custo torna o acesso um grande desafio para muitos pacientes.
Diante desse cenário, surge a dúvida: é possível obter o Vyndaqel pelo SUS ou pelo plano de saúde? Neste artigo, explicamos os direitos dos pacientes e como recorrer à Justiça para garantir esse tratamento.
Para que serve o Vyndaqel?
O Vyndaqel (Tafamidis) é indicado para o tratamento da cardiomiopatia amiloidótica por transtirretina (ATTR-CM), uma doença progressiva que pode levar à insuficiência cardíaca.
Ele atua estabilizando a transtirretina, uma proteína cuja deposição anormal nos tecidos pode causar danos graves ao coração e ao sistema nervoso periférico.
Se não tratada, a ATTR-CM pode levar a complicações severas, reduzindo significativamente a expectativa de vida do paciente.
O Vyndaqel é um dos poucos medicamentos aprovados para esse tratamento, sendo fundamental para o controle da doença.
É possível obter o Vyndaqel pelo SUS?
Sim, é possível obter o Vyndaqel pelo SUS, com a ajuda de um advogado especialista em ações contra o SUS.
O Sistema Único de Saúde (SUS) tem a obrigação de fornecer medicamentos de alto custo para doenças graves, como a amiloidose por transtirretina. No entanto, o acesso ao Vyndaqel pode ser burocrático e demorado, pois esse medicamento não está amplamente disponível na rede pública.
Para obter o Vyndaqel pelo SUS, o paciente deve apresentar:
- Laudo médico detalhado, comprovando a necessidade do tratamento.
- Exames que confirmem o diagnóstico de ATTR-CM.
- Relatórios médicos demonstrando a ineficácia de outras terapias disponíveis.
Caso o pedido seja negado administrativamente, é possível ingressar com uma ação judicial para garantir o fornecimento do medicamento.
Em muitos casos, os tribunais concedem liminares para garantir o tratamento imediato, pois a falta do medicamento pode colocar a vida do paciente em risco.
O plano de saúde cobre o Vyndaqel?
Sim, os planos de saúde também são obrigados a cobrir o custo do Vyndaqel (Tafamidis), conforme a legislação e a jurisprudência brasileira.
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) estabelece a cobertura obrigatória de tratamentos para doenças graves, como a ATTR-CM. No entanto, algumas operadoras podem negar o fornecimento do medicamento, alegando que ele não está no rol da ANS.
Essa negativa pode ser considerada abusiva, pois o plano de saúde é obrigado a cobrir o tratamento adequado para a doença coberta pelo contrato.
Nesses casos, o paciente deve reunir:
- Prescrição médica detalhada, justificando a necessidade do Vyndaqel.
- Relatórios e exames que comprovem a gravidade da condição.
- Negativa por escrito do plano de saúde.
Com esses documentos, você deve procurar a ajuda de um advogado especialista em plano de saúde. Com ele, é possível ingressar com uma ação judicial para exigir o fornecimento do medicamento. Em muitos casos, os juízes concedem liminares para garantir o tratamento imediato.
Os planos de saúde só devem cobrir o que está no rol da ANS?
Não!
O rol da ANS não é uma lista restritiva, e os planos de saúde não podem negar tratamentos apenas porque eles não estão incluídos.
O advogado especialista em Direito da Saúde, Dr. Evilasio Tenorio, explica:
“O rol da ANS não é taxativo, e sim exemplificativo. Se um paciente necessita de um medicamento ou tratamento que não está listado no rol, mas que é essencial para a sua condição de saúde e possui fundamentação médica adequada, o plano de saúde tem a obrigação de fornecer esse tratamento. A jurisprudência tem reconhecido a natureza exemplificativa do rol, garantindo que a cobertura vá além do que está listado, sempre que necessário para a saúde do paciente.”
Portanto, se o plano cobre doenças cardíacas e neuromusculares, ele deve fornecer os tratamentos adequados, mesmo que o Vyndaqel não esteja explicitamente listado na ANS.
Se houver prescrição off-label, posso conseguir o remédio?
Sim!
A prescrição off-label ocorre quando um medicamento é indicado para uma finalidade diferente daquelas previstas na bula. Isso é comum em doenças raras, onde há poucas opções terapêuticas disponíveis.
Para obter o Vyndaqel em uma prescrição off-label, é necessário comprovar que:
- Não existem alternativas terapêuticas igualmente eficazes disponíveis.
- Há respaldo científico e estudos clínicos comprovando sua eficácia para a condição específica.
- O médico especialista justifica a necessidade do tratamento.
Se o plano de saúde ou o SUS negarem o fornecimento com base na prescrição off-label, é possível recorrer à Justiça com a ajuda de um advogado especialista em Direito da Saúde.
A negativa do fornecimento do medicamento pode ser considerada abusiva?
Sim!
A negativa pode ser considerada abusiva, especialmente se o paciente tiver prescrição médica detalhada e respaldo científico para o uso do Vyndaqel.
Tanto o SUS quanto os planos de saúde têm a obrigação de garantir o acesso a tratamentos eficazes para doenças graves. A negativa pode violar o Código de Defesa do Consumidor (CDC) e o direito à saúde garantido pela Constituição Federal.
Caso ocorra a recusa, é recomendável procurar um advogado especializado e ingressar com uma ação judicial para garantir o tratamento.
O processo judicial demora?
Toda ação judicial pode levar tempo, mas em casos de saúde, a Justiça pode agir rapidamente.
Como o Vyndaqel é um medicamento essencial para evitar a progressão da doença, os tribunais frequentemente concedem liminares para que o paciente receba o tratamento antes da decisão final.
A liminar pode ser concedida em poucos dias ou semanas, garantindo que o paciente não fique desamparado enquanto o processo tramita.
Como fazer em caso de negativa?
Se o SUS ou o plano de saúde negarem o Vyndaqel, siga estes passos:
- Solicite a negativa por escrito.
- Reúna toda a documentação médica (prescrição, exames, laudos).
- Busque um advogado especializado em Direito da Saúde.
- Entre com uma ação judicial, pedindo uma liminar para garantir o medicamento.
A Justiça tem reconhecido a urgência desse tratamento e frequentemente decide a favor do paciente.
Uma liminar demora muito?
Não!
As liminares podem ser concedidas rapidamente, geralmente em poucos dias. Como envolve um medicamento de alto custo e uma doença grave, a Justiça costuma tratar esses casos com prioridade.
Após a concessão da liminar, o plano de saúde ou o SUS devem fornecer o medicamento imediatamente, sob pena de multa.
Conclusão
O Vyndaqel (Tafamidis) é um medicamento essencial para pacientes com amiloidose por transtirretina, mas seu alto custo dificulta o acesso. Felizmente, é possível obtê-lo pelo SUS ou pelo plano de saúde, e a Justiça tem garantido esse direito a muitos pacientes.
Se houver negativa no fornecimento, é importante buscar orientação jurídica especializada de um advogado da área da saúde e, se necessário, ingressar com uma ação judicial para garantir o tratamento.