Introdução
Imagine precisar de um medicamento essencial para o tratamento de uma doença grave e se deparar com a negativa do fornecimento pelo SUS ou pelo plano de saúde.
Essa é a realidade de muitos pacientes que precisam do Rituximabe. Trata-se de um medicamento de alto custo, fundamental no tratamento de doenças autoimunes e alguns tipos de câncer.
Neste artigo, vamos explicar como é possível obter o Rituximabe através do SUS ou do plano de saúde, quais são os direitos dos pacientes e como agir em caso de negativa.
Para Que Serve o Rituximabe?
O Rituximabe é um medicamento biológico utilizado no tratamento de diversas doenças, como linfoma não-Hodgkin, leucemia linfocítica crônica, artrite reumatoide e algumas doenças autoimunes graves, como o lúpus eritematoso sistêmico.
Ele age como um anticorpo monoclonal que ataca células específicas do sistema imunológico, ajudando a controlar a doença.
Além disso, o Rituximabe é frequentemente indicado em casos onde o tratamento convencional não mostrou resultados satisfatórios, sendo uma opção terapêutica indispensável para muitos pacientes.
É possível obter Rituximabe pelo SUS?
Sim, é possível obter o Rituximabe pelo SUS, com a ajuda de um advogado especialista em ações contra o SUS.
O SUS é obrigado a fornecer medicamentos de alto custo para condições graves, como linfomas, artrite reumatoide e outras doenças autoimunes. No entanto, o processo pode ser demorado e requer a apresentação de uma série de documentos, incluindo relatórios médicos detalhados.
Para solicitar o Rituximabe pelo SUS, o paciente deve apresentar laudos médicos que comprovem a necessidade do medicamento, prescrição médica atualizada e, em muitos casos, demonstrar que já utilizou outros tratamentos sem sucesso.
Caso o SUS negue o fornecimento, é possível ingressar com uma ação judicial para garantir o direito ao medicamento, sendo comum a concessão de liminar para o fornecimento imediato.
É possível obter Rituximabe pelo plano de saúde?
Sim, os planos de saúde também são obrigados a cobrir o custo de medicamentos de alto custo, como o Rituximabe, conforme estabelecido pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
No entanto, pode haver resistência por parte das operadoras, que muitas vezes alegam que o medicamento não estaria no rol de procedimentos da ANS. É com essa justificativa que muitos planos inicialmente negam esses pedidos.
Nesses casos, é essencial estar munido de toda a documentação médica e laudos que comprovem a necessidade do tratamento, e contar com a ajuda de um advogado especialista em ações contra planos de saúde.
A jurisprudência majoritária entende que a negativa de fornecimento de medicamentos indispensáveis é prática abusiva, garantindo ao paciente o acesso ao tratamento necessário.
Os planos de saúde só devem cobrir o que está no rol da ANS?
Não.
O rol de procedimentos da ANS é exemplificativo e não limita a cobertura dos planos apenas ao que está listado.
Isso significa que, se o plano cobre a doença ou condição que afeta o paciente, deve também fornecer os medicamentos e tratamentos necessários para o seu controle, mesmo que não estejam expressamente no rol.
O advogado Dr. Evilasio Tenorio, especialista em Direito da Saúde, explica:
“O rol da ANS não é taxativo, e sim exemplificativo. Se um paciente necessita de um medicamento ou tratamento que não está listado no rol, mas que é essencial para a sua condição de saúde e possui fundamentação médica adequada, o plano de saúde tem a obrigação de fornecer esse tratamento. A jurisprudência tem reconhecido a natureza exemplificativa do rol, garantindo que a cobertura vá além do que está listado, sempre que necessário para a saúde do paciente.”
A negativa do fornecimento do Rituximabe pode ser considerada abusiva?
Sim, a negativa de fornecimento de medicamentos essenciais, como o Rituximabe, pode ser considerada abusiva.
A recusa fere princípios fundamentais do Código de Defesa do Consumidor e do direito à saúde, previsto na Constituição Federal.
Tribunais de todo o país têm reiteradamente decidido que é dever dos planos de saúde e do Estado garantir o fornecimento de medicamentos indispensáveis à vida e ao tratamento de doenças graves.
O processo judicial demora?
Como toda ação judicial no Brasil, há certa demora no trâmite normal do processo.
Contudo, em casos que envolvem o direito à saúde, a lei prevê a possibilidade de concessão de liminar (tutela de urgência) para garantir o acesso imediato ao medicamento necessário.
Essa medida visa impedir que o paciente fique desassistido enquanto o processo está em andamento, assegurando que o tratamento tenha continuidade sem prejudicar sua saúde.
Como fazer em caso de negativa?
Caso haja a negativa do fornecimento do Rituximabe pelo SUS ou plano de saúde, o ideal é buscar imediatamente a orientação de um advogado especialista em Direito da Saúde.
Com toda a documentação médica em mãos (relatórios, exames, prescrições e negativas formais), é possível ingressar com uma ação judicial para exigir o fornecimento do medicamento.
Além disso, é possível pleitear a concessão de liminar, o que costuma agilizar a obtenção do medicamento, mesmo antes do julgamento final do processo.
Uma liminar demora muito?
Não.
As decisões liminares em casos que envolvem medicamentos de alto custo e tratamento de doenças graves costumam ser apreciadas com urgência pelo Judiciário.
Em muitos casos, a liminar é concedida em poucos dias após o ingresso da ação, garantindo o fornecimento do Rituximabe de forma rápida e efetiva.
A agilidade é uma característica fundamental nesses processos, já que a demora no tratamento pode acarretar riscos sérios à saúde do paciente.
Conclusão
O Rituximabe é um medicamento essencial para o tratamento de diversas doenças graves, e seu acesso não pode ser negado injustamente, seja pelo SUS, seja pelo plano de saúde.
Tanto o SUS quanto os planos de saúde podem ser obrigados a fornecer esse medicamento, especialmente mediante prescrição médica adequada e comprovação da necessidade.
Se você enfrenta dificuldades para obter o Rituximabe, busque auxílio jurídico especializado através de um advogado especializado em conseguir medicamento o quanto antes. A legislação e a jurisprudência estão do lado do paciente, garantindo o direito à vida e à saúde.
Em caso de negativas, é fundamental buscar orientação jurídica especializada para garantir o acesso rápido ao tratamento, inclusive por meio de liminares judiciais. Estar informado e bem assessorado pode fazer toda a diferença na defesa da saúde e da qualidade de vida.